Artigos e Entrevistas

PJMP: rosto jovem da Igreja de Jesus de Nazaré

“Vou seguindo firme e forte, sem medo de anunciar Proclamando fé e vida, sou do meio popular” (Hino do 5º Congresso Nacional da PJMP)

Podcast Outro Papo de Igreja, do Serviço Teológico Pastoral

De 9 a 13 de julho passado aconteceu em Goiânia, na Região Noroeste – Paróquia Nossa Senhora da Terra – o 5º Congresso Nacional da Pastoral da Juventude do Meio Popular – PJMP, celebrando 40 anos de caminhada – de fé, de luta, “de ternura e resistência” – no meio popular.

“Tantos anos de história é preciso celebrar. Celebrar em Romaria nossa classe popular. Buscando libertação, vem conosco, vem lutar. Somos filhos da Mãe Terra, do Divino Criador. Fui banhado no Espírito, para o Reino proclamar. Viva nossa resistência, viva o meio popular” (Hino citado).

Participaram do Congresso – nas terras vermelhas do Cerrado brasileiro – delegações de jovens – com seus coordenadores/as e assessores/as, regionais e nacionais – de diversos Estados do Brasil: Bahia, Pernambuco, Alagoas, Paraíba, Ceará, Rio Grande do Norte, Piauí, Maranhão, Espirito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina, Goiás e Distrito Federal.

Tivemos a alegria da presença de alguns padres, de diversas religiosas de diferentes Congregações, de um religioso dominicano (Frei Carlinhos) e de quatro jovens frades dominicanos, estudantes de filosofia, de São Paulo.

Para Goiânia (de maneira especial, para a Paróquia Nossa Senhora da Terra, Comunidade de 5 Comunidades: Nossa Senhora da Terra, Jesus de Nazaré, Nossa Senhora da Vitória, Maria Mãe Santíssima e Nossa Senhora da Paz), para Goiás e para o Brasil, o Congresso foi uma grande graça de Deus.

Para centenas de jovens da PJMP, assessores/as e outras pessoas que participaram ativamente de sua programação (cerca de 400 pessoas) ou de suas equipes de serviço (cerca de 100 pessoas), o Congresso foi um novo Pentecostes.

Para mim pessoalmente – que sou jovem há bastante tempo – o Congresso foi uma das experiências de fé comprometida mais bonitas de toda minha vida.

O tema do Congresso foi “Águas e Profecias: Luzes do Meio Popular gerando Vida” e o lema “Juventude e seu Protagonismo, Resistência e Liberdade”.

Na noite do dia 9 tivemos a Missa de abertura, presidida por Dom Moacir Silva Arantes (bispo auxiliar da Arquidiocese de Goiânia) e concelebrada pelos padres Antônio e Tadeu (assessores nacionais da PJMP), Hélio (assessor do Regional Nordeste 2 da PJMP) e pelos padres Francisco Carlos, Vitor Simão, José de Oliveira, Antônio Rocha – Pe. Baiano (da Arquidiocese de Goiânia) e por mim, Frei Marcos, da Paróquia Nossa Senhora da Terra (Arquidiocese de Goiânia), que – com muito carinho de irmãos e irmãs – acolheu os congressistas, Foi uma celebração alegre e comprometida, fazendo memória dos 40 anos da PJMP e dos 30 anos da Comunidade Nossa Senhora da Terra.

No início da manhã dos dias 10, 11 e 12 tivemos as “místicas” – presididas pelos próprios jovens e assessores/as – que foram celebrações vibrantes, muito criativas, de uma fé profundamente encarnada na realidade do Brasil e do mundo e totalmente conectadas com os desafios que essa realidade nos apresenta hoje. Nessas celebrações fizemos a experiência da presença do jovem – sempre jovem – Jesus de Nazaré em nosso meio.

As Plenárias Gerais, na manhã dos dias 10 e 11 e na manhã e tarde do dia 12, abordaram os temas: Águas e profecias: luzes do meio popular gerando vida – 40 anos de ternura e resistência; Juventudes e superação das violências – em Cristo somos todos e todas irmãos e irmãs; Juventudes com afetos; Se calarem a voz dos profetas, as pedras falarão – 50 anos de Medellín e a Igreja na América Latina.

As Plenárias Específicas e as Oficinas temáticas, na tarde dos dias 10 e 11, refletiram e aprofundaram os temas: Povos e comunidades tradicionais: uma história de luta e resistência no Brasil; A luta pela terra e a urgência histórica de fazer a reforma agrária popular; Igreja e sistema político: essa luta é nossa, essa luta é do povo; Da educação popular à emancipação dos povos – saberes e fazeres compartilhados; Fé e política; Tradições de homens só não valem mais a pena – nós cremos sim em Débora, em Sara e Ester.

As três Noites Culturais foram muito criativas, de uma alegria contagiante e profundamente significativas: uma experiência única.

No dia 13, às 8:30 horas, os participantes do Congresso e das equipes de serviço fomos à Trindade. Com muita fé, alegria e cantos de luta, caminhamos em Romaria, do trevo da cidade até o Santuário Basílica do Divino Pai Eterno: a casa da Santíssima Trindade, a melhor Comunidade. Maria, na imagem da Trindade, representa toda a humanidade, mergulhada no mistério do Amor de Deus.

Às 11 horas tivemos – sempre com muita fé e alegria – a Missa de Envio, presidida por mim, Frei Marcos, e concelebrada pelos padres Antônio e Tadeu (assessores nacionais da PJMP), Hélio (assessor do Nordeste 2 da PJMP) e pelos padres Antônio Ramos do Prado – Pe. Toninho (assessor da Comissão Episcopal Pastoral para Juventude da CNBB – CEPJ) e Frei José Fernandes, provincial dos Dominicanos.

Encerramos o Congresso com um gostoso almoço de confraternização e com direito a muitas fotos e calorosos abraços.

Agora, jovens da PJMP, o Congresso continua de outra forma. Vivam e testemunhem seus frutos em todos os cantos desse nosso imenso Brasil! Sejam “luzes do meio popular gerando vida”!

Queridos e queridas jovens da PJMP, como um irmão, que – apesar da idade – não desiste de ser jovem, “revolucionário e rebelde”, peço-lhes que nunca esqueçam: é a fé e a teimosia de vocês que fazem acontecer, na história do ser humano e do mundo, a Sociedade do Bem Viver e do Bem Conviver, que é o Reino de Deus: a Boa Notícia de Jesus de Nazaré.

Parabéns, jovens da PJMP! Jesus caminha com vocês! Experimentem sempre sua presença e a força do Espírito Santo – o Amor de Deus – que Ele derramou – e continua derramando – sobre vocês: rosto jovem de sua Igreja, renovada e libertadora. É essa a Igreja que o Concílio Vaticano II e a Conferência de Medellín sonharam! É essa a Igreja que as Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) querem ser! É essa a Igreja da PJMP! É essa a “Igreja da Caminhada”!

Ter tido a possiblidade de conviver, nos dias do Congresso, com tantos/as jovens da PJMP – verdadeiros seguidores/as, discípulos/as missionários/as de Jesus de Nazaré, profetas e profetisas da vida – foi realmente um dom especial de Deus e uma experiência inesquecível

Jovens, “Eu peço que vocês sejam revolucionários/as, que vão contra a corrente, peço que se rebelem: que se rebelem…” (Papa Francisco), até na Igreja, se for necessário para viver a radicalidade do Evangelho.

Termino comunicando: a delegação do Estado do Ceará, que foi a mais numerosa (98 jovens e assessores/as), com muita animação, pediu que o 6º Congresso Nacional da PJMP em 2023 fosse celebrado no seu Estado. O pedido foi aceito. Até lá, até os “45 anos de ternura e resistência”, se Deus quiser! A luta continua! Viva a PJMP!

Marcos Sassatelli, Frade dominicano
Doutor em Filosofia (USP) e em Teologia Moral (Assunção – SP)
Professor aposentado de Filosofia da UFG
E-mail: mpsassatelli@uol.com.br
Blog: https://freimarcos.blogspot.com.br/
Goiânia, 01 de agosto de 2018

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo